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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Opostos.


Eles são completamente diferentes.

E já estão brigando. De novo.

Ela é mimada, irmã e filha de uma família enorme, intensa, sentimental, neurótica, confusa, clara como a água. Tudo fica descaradamente estampado no seu rosto. Ela odeia isso.

Ele é quieto, filho único, egoísta, grosso, prático, cuidadoso, observador. Uma incógnita, para ela, que sempre enxerga algo a mais do existe. Ela adora cartas, ele nunca escreveu nenhuma. Ele não percebe algumas coisas. Ela percebe até o que não existe. Eles se amam. E já estão brigando.De novo.

São opostos. Mas existe algo que os prende.

Ela sente medo. Ele? Ela nunca poderá ter certeza.

Mas ele está aqui. Pedindo desculpas, esperando pela resposta. Ela, talvez já não saiba o que falar. Ela sente falta de algumas coisas. Ele parece estar se distanciando, com um foguete, e ela está aqui. Esperando.


Ele: Eu já pensei várias vezes em acabar com tudo isso.

Ela: E porque não acabou?

Ele: Porque eu te amo.


Está tudo confuso, ela está com medo, ele está longe e tudo parece ter virado de cabeça para baixo. Ela quer ele de volta. E quando volta, o sussurro no ouvido, com as palavras que sempre morreu de medo que se tornassem vazias. Mas elas estão ali, cheias de algo que só eles entendem, em hora que só a eles pertencem. Ela lembra de tudo isso, e vive aquilo como se fosse o necessário para viver. E quando tudo parecia perdido, quando ela já havia jogado os instintos de sobrevivencia definitivamente pela janela do prédio, como se não importasse mais os sentimentos próprios, foi que notou que ele ainda estava ali, e que talvez todo o desespero não tenha razão.Talvez não seja o fim, do inteiro, apenas a mudança, a renovação de algo que já não faça mais sentido.


" E daí que não vai ser fácil. Vai ser muito difícil.E vamos ter que trabalhar nisso todos os dias.Mas eu quero fazer isso, porque eu quero você. Eu quero você para sempre. Você e eu, todos os dias.Pode me fazer um favor? Por favor.Será que pode imaginar sua vida... daqui a 30 anos, 40 anos.O que você vê?Se vê com aquele homem, então vá. Vá embora.Perdi você uma vez, acho que posso me acostumar de novo, se for o que você realmente quer.Mas não escolha a saída mais fácil. "


Ela não escolheu a saída mais fácil.

Ele?..." Eu estou aqui, não estou. Então acho que isso já responde a sua pergunta"

Um comentário:

  1. Um texto lindo e que facilita a minha vida. rs
    Sinceramente acho que não há caminho fácil.
    Há o curto e o longo.
    Procure sempre seguir pelo longo. A confiança é a melhor aliada. E o amor? Esse é um excelente conselheiro.
    Faz bem a saúde.

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