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terça-feira, 12 de junho de 2012

Pra sonhar


Largo tudo
Se a gente se casar domingo
Na praia, no sol, no mar
Ou num navio a navegar
Num avião a decolar
Indo sem data pra voltar
Toda de branco no altar
Quem vai sorrir?
Quem vai chorar?
Ave maria, sei que há
Uma história pra sonhar
Pra sonhar

Uma história pra sonhar...pra contar. É o que eu tenho nesse dia dos namorados. Não tenho um amor para dar um presente ou afeto, nem trago desafeto no coração. Um dia de cara limpa e coração aberto para as demonstrações de carinho dos outros.
E então, quando achava que já havia visto de tudo, desde ursinhos gigantes no metro, casais trocando juras, pequenas lembranças, fotos... Eu presenciei a cena mais bonita que meus olhos podiam pedir nesse dia.

Havia um casal de idosos esperando para ser atendidos na farmácia do hospital. Estavam sentados na minha frente. De mãos dadas, conversando sobre os netos, sobre a perda do irmão, sobre a dor nos joelhos. Na hora me lembrou meus avós, e essa cumplicidade e companheirismo que só se consegue com as décadas de convivência. Então o senhor levantou e saiu...Passada meia hora ele voltou com as mãos nas costas e um sorriso no rosto. Sentou ao lado da esposa e entregou uma única rosa branca embrulhada num papel creme. A senhora abriu um sorriso, pegou a rosa com uma das mãos e com a outra passou a mão no rosto do marido e o beijou na face.

Aquilo encheu meu coração de felicidade. Uma felicidade que não vinha das coisas materiais, ou de uma pessoa qualquer. Veio de presenciar um amor , um sonho que foi concebido a muitos anos atrás e que ainda hoje perdura no carinho e no afeto por duas pessoas.

- Feliz dia dos namorados.
- Obrigada, meu velho.

Quase ninguém notou o amor nos olhos já cansados, tomados pelas marcas do tempo o carinho que havia ali. Mas quem viu, se emocionou. Podem dizer o que quiser sobre essa data. Ela só passou a fazer algum sentido pra mim hoje, depois dessa cena.

Uma história para contar, e sonhar...



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